
"Comprovando-se que, de facto, o enriquecimento injustificado é superior a 100 mil euros, pedir-se-à ao contribuinte para que se explique e, no caso de não o conseguir, será aplicada a taxa de tributação fiscal 60%", disse ontem Teixeira dos Santos, no final da reunião do conselho de ministros que aprovou esta nova lei na generalidade.
Ou seja, segundo a nova lei, um vigarista qualquer ganha mais de 100 mil euros num esquema. Se não se conseguir "explicar" donde raio veio o dinheiro, o que convenhamos é um conceito um bocado vago que puxa pelo melhor da imaginação humana, o Estado cobra um imposto na esperança de até ganhar algum para abater no défice à boleia das ilicitudes dos outros. Isto quando estas mesmas práticas "injustificadas" assumem contornos de verdadeiros crimes. Crimes como a fuga ao fisco em larga escala, aparentemente aquilo que a nova lei tenta combater.
É assim no país do cimento, dos brandos costumes e dos falsos moralistas. Vamos dar um tempinho aos prevaricadores e com isso ainda angariar dinheiro para o erário público. Não se assume a gravidade do problema e depois investiga-se. Se lá chegarmos.

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