terça-feira, 2 de novembro de 2010
Prémio "sei porque já experimentei"
domingo, 31 de outubro de 2010
Prémio "nem tão pouco aos eleitores"
domingo, 14 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
O perfil de um líder
É uma paixão que tenho, mas não tenho treinado.
Nunca pensou em concorrer ao "Chuva de Estrelas"?
Cheguei a fazer um casting para participar num musical do Filipe La Féria, no Teatro Politeama.
Ficou com algum papel?
Teria lugar se quisesse levar aquilo a sério, mas eu não queria apostar a 100%.
Teve experiência com drogas?
Fumei haxixe com uns amigos e, por acaso, só posteriormente percebi realmente o que tinha fumado.
O que comprou com o primeiro ordenado que recebeu?
Tinha 18 anos, dava aulas de matemática em Vila Pouca de Aguiar e comprei uma caneta que me custou quase tanto como o ordenado.
Qual foi o seu primeiro carro?
Um Opel Corsa comprado com o meu dinheiro, o dinheiro da minha mulher da altura e com a ajuda do meu sogro e do meu pai."
Entrevista de Pedro Passos Coelho ao JN, 6/12/2009. Aqui.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
A consciência de um liberal
Serviço público
“Em Outubro de 2009, mantendo a sua honestidade característica, Armando Vara é um dos 12 arguidos constituídos no âmbito da operação Face Oculta desencadeada pelo Departamento de Investigação Criminal de Aveiro”
Será a persistência uma virtude?
Tony Blair, the former UK prime minister, has attempted to revive his fading prospects of becoming the European Union’s first full-time president by lobbying directly the leaders of France and Germany, EU government sources have told the Financial Times.
Gastar o latim

Sobre um eventual afastamento do BCP de Armando Vara, vice-presidente do BCP, na sequência de notícias e autos de investigação judicial que envolvem o nome do proeminente socialista numa alegada rede tentacular de um comprovado sucateiro, com contornos de alegado tráfico de influências e alegados crimes.
Santos Ferreira, presidente do BCP, às 15:22 de terça-feira, 3/11/2009: é "uma questão de idoneidade e de oportunidade".
Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, às 20:15 do mesmo dia: "Em matéria fora da actividade bancária nós não podemos investigar por nós próprios, temos de recorrer e confiar naquilo que nos disserem as entidades competentes por essas investigações. Mas a gravidade para o problema da idoneidade é a mesma".
Idoneidade, do latim idoneitate.
domingo, 30 de agosto de 2009
And I still don't know which way to go
"And I look down North, and I look down South, and I look to the East, and the West was a mess, and I still don't know which way to go"
terça-feira, 25 de agosto de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
O anão

“Curiosamente, um dos seus primeiros colegas [de Morais e Castro, o actor que morreu] foi Vítor Constâncio, o actual governador do Banco de Portugal, que fazia de anão na peça 'Foi na loja do mestre André'."
Jornal “24 horas”, domingo, 23/8/2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Tá bem, mas gamou 50 mil milhões
Sheryl Weinstein, ex-contabilista/amante/cliente de Bernie Madoff. O tal do pénis especial. Aqui.
domingo, 16 de agosto de 2009
sábado, 8 de agosto de 2009
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
domingo, 2 de agosto de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Hiper-realismo
Na mesa dele, uma rapariga e um bebé num carrinho.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Consome consome mata a fome
"Se a poupança aumentar [até 2010] mais do que se espera [a situação económica] pode ser pior", admitiu esta semana o governador do Banco de Portugal (BdP), Vítor Constâncio. Pode ser pior porque se as pessoas pouparem mais tendem a consumir menos.
"Há uma grande incerteza quanto ao andamento do consumo", insistiu Constâncio.
Belos e subtis conselhos do governador, tendo em conta que a economia está como está pois durante os últimos 20 anos não tem feito outra coisa senão consumir de forma desenfreada, ignorando a urgência de criar riqueza a sério e de poupar. E como foi isso possível? Porque o seu banco estava lá, praticando políticas comerciais super-agressivas, a incitar ao gasto supérfluo e estéril. O regulador esse, dormiu ou assobiou a ver os passarinhos, encostado à teoria económica mais aberrante, mas sempre incontestada. Até hoje.
Sem consumo e compra de casas (como no antigamente), o negócio bancário esvai-se, o poder dos grandes financeiros diminui. É justamente esta a verdadeira preocupação (paternalista) do banqueiro central.
Menos subtis e sonolentos estiveram os Reporter Estrábico. Mamapapa, vem no álbum Mouse Music, de 1999 (um dos anos de maior exuberância no consumo e na corrida ao crédito em Portugal).
sábado, 11 de julho de 2009
Este ano vai ser melhor
Música e vídeo do caraças, dica do Manel. A laughing out loud case. Mais Harlem Shakes no espaço deles, aqui.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Séneca
sábado, 27 de junho de 2009
Brasil à frente

sexta-feira, 19 de junho de 2009
"Estou muito satisfeito comigo"

Esta semana, em entrevista à Sic, o primeiro-ministro, José Sócrates, deixou cair: "Estou muito satisfeito comigo".
Há frases que teimam em ficar na cabeça. Invocam imagens, banhos de multidão, homens de visão, homens de Estado, homens muito à frente do seu próprio tempo. Lembram que, muitas vezes na História, houve sempre quem não desse o devido valor a esses espíritos grandiosos.
"Estou muito satisfeito comigo" é quase tão bom quanto "Eu acreditaria em mim", do ex-ministro PSD e ex-gestor do BPN, Manuel Dias Loureiro, outro injustiçado famoso.
Ah, o século XIX
Estão com má cara os membros do conselho de administração do Banco de Portugal. A foto vem no relatório anual do Banco relativo a 2008, ano que, já deu para perceber, não foi propriamente espectacular para eles, para a economia em geral, para a supervisão bancária em particular e para o nacional-retratismo institucional.
Como na casa de uma tia (querida) que já morreu, também aqui domina a simetria, a ordem, a sombra, o luto, a memórias dos tempos de glória. Falta ainda o naperon, pois falta, mas para compensar há uma bela e prática cómoda, cheia de segredos e história e papelada da supervisão passada (não vá fazer falta). Bela peça de mobiliário, todos os meses tratada e encerada, para prevenir o bicho que tanto gosta de comer. Depois aquele senhor e aquela senhora lá atrás, nos quadros, vindos directamente do século XIX. Sinistros, com cara de poucos amigos (na banca e fora dela). Estão mortos. Lúgubre inspiração para os membros do conselho de administração do supervisor. Paz às suas almas.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Tempos difíceis
O single "Hard Times", do álbum "The Bachelor", de Patrick Wolf. Publicado no início deste mês.
Uma premonição do que ainda está para vir.
domingo, 3 de maio de 2009
Faz hoje uma semana...

sábado, 2 de maio de 2009
O Woodstock (do capitalismo)

Decorreu hoje (Sábado, 2 de Maio) aquilo a que muitos chamam o Woodstock do capitalismo: a assembleia geral da Berkshire Hathaway, a empresa de Warren Buffett. Mais de 35 mil accionistas foram à reunião adorar (ou não) o Oráculo de Omaha ou Sábio de Omaha, como também é conhecido o especulador Buffett. Aquele que rebentou com a libra e tal, mas que não se priva de ir mandando umas postas de pescada sobre os males do capitalismo e de como a ganância e vigarice deram cabo disto tudo. A corrida ao evento soma mais adeptos do que a média da assistência dos jogos do Benfica e acontece assim em larga escala porque, diz-se, WB (com 78 anos) estará a preparar a sucessão à frente da empresa, escreve o Financial Times online. Aqui Shareholders flock to Sage of Omaha para saber mais sobre o fenómeno.
Bom. Isto tudo para lembrar que o Woodstock faz 40 anos no próximo mês de Agosto.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
“O que vocês não sabem e nem imaginam“
E aqui continua:
“O que vocês não sabem e nem imaginam“
Vocês não sabem
mas todas as manhãs me preparo
para ser, de novo, aquele homem.
Arrumo as aflições, as carências,
as poucas alegrias do que ainda sou capaz de rir,
o vinagre para as mágoas
e o cansaço que usarei
mais para o fim da tarde.
À hora do costume,
estou no meu respeitoso emprego:
o de Secretário de Informação e de Relações Públicas.
Aturo pacientemente os colegas,
felizes em seus ostentosos cargos,
em suas mesas repletas de ofícios,
os ares importantes dos chefes
meticulosamente empacotados em seus fatos,
a lenta e indiferente preguiça do tempo.
Todas as manhãs tudo se repete.
O poeta Eduardo White se despede de mim
à porta de casa,
agradece-me o esforço que é mantê-lo
alimentado, vestido e bebido
(ele sem mover palha)
me lembra o pão que devo trazer,
os rebuçados para prender o Sandro,
o sorriso luzidio e feliz para a Olga,
e alguma disposição da que me reste
para os amigos que, mais logo,
possam eventualmente aparecer.
Depois, ao fim da tarde,
já com as obrigações cumpridas,
rumo a casa.
À porta me esperam
a mulher, o filho e o poeta.
A todos cumprimento de igual modo.
Um largo sorriso no rosto,
um expresso cansaço nos olhos,
para que de mim se apiedem
e se esmerem no respeito,
e aquele costumeiro morro de fome.
Então à mesa, religiosamente comemos os quatro
o jantar de três
(que o poeta inconsta
na ficha do agregado).
Fingidamente satisfeito ensaio
um largo bocejo
e do homem me dispo.
Chamo pela Olga para que o pendure,
junto ao resto da roupa,
com aquele jeito que só ela tem
de o encabidar sem o amarrotar.
O poeta, visto-o depois
e é com ele que amo
escrevo versos
e faço filhos.
Eduardo White (n. 1963, Moçambique)
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Cinco horas para sempre
Os jovens Aphrodite's Child em 1969: Demis Roussos (voz, baixo, harpa e barba por fazer), o primo dele, Vangelis (barba, cabelo, óculos e teclados), e Lucas Sideras (bateria). Depois de uma fumarada impossível (o smog londrino, será?) o vídeo termina com uma alusão fantasmagórica a um possível chá das cinco em Inglaterra. Piroso, armado ao cool, mas muito à frente. O que diz muito dos tempos que correm.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Vox populi virtualis
on off
Mesmo com dois selins

"Em política, cada um pedala a sua própria bicicleta", diz José Sócrates, primeiro-ministro, em entrevista à RTP1. As we speak. Um desperdício de recursos, é o que é.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Rico cimento ilícito

"Comprovando-se que, de facto, o enriquecimento injustificado é superior a 100 mil euros, pedir-se-à ao contribuinte para que se explique e, no caso de não o conseguir, será aplicada a taxa de tributação fiscal 60%", disse ontem Teixeira dos Santos, no final da reunião do conselho de ministros que aprovou esta nova lei na generalidade.
Ou seja, segundo a nova lei, um vigarista qualquer ganha mais de 100 mil euros num esquema. Se não se conseguir "explicar" donde raio veio o dinheiro, o que convenhamos é um conceito um bocado vago que puxa pelo melhor da imaginação humana, o Estado cobra um imposto na esperança de até ganhar algum para abater no défice à boleia das ilicitudes dos outros. Isto quando estas mesmas práticas "injustificadas" assumem contornos de verdadeiros crimes. Crimes como a fuga ao fisco em larga escala, aparentemente aquilo que a nova lei tenta combater.
É assim no país do cimento, dos brandos costumes e dos falsos moralistas. Vamos dar um tempinho aos prevaricadores e com isso ainda angariar dinheiro para o erário público. Não se assume a gravidade do problema e depois investiga-se. Se lá chegarmos.
Baixa produtividade
"His father works some days for fourteen hours
And you can bet he barely makes a dollar
His mother goes to scrub the floors for many
And youd best believe she hardly gets a penny
Living just enough, just enough for the city"
Stevie Wonder, "Innervisions", Tamla (Motown), Novembro de 1973
Em cima, o filme Motown Time Capsule Video. Uma mão cheia de imagens de 1973, o ano do primeiro choque petrolífero e da primeira grande recessão global do pós-guerra. A música fala sobre um rapaz negro de famílias pobres e trabalhadoras que, por muito que se esforcem, não conseguem juntar dinheiro e dar o salto para uma vida melhor. Encorajam o miúdo a ser alguém na vida, mas ele fica pelo caminho. O sistema acolhe-o, finalmente, quando vai preso.
A pobreza é um processo centrífugo que captura facilmente quem dela se aproxima e dificilmente liberta quem nela nasceu. Quando vem a recessão e o desemprego tudo isto piora e torna-se mais escandaloso. E é então que os papagaios da economia ortodoxa se lembram que o mal, o verdadeiro mal, está na baixa produtividade do trabalho, esquecendo que há trabalhos que terão sempre de ser feitos e que há pessoas que os aceitarão sempre por não terem outra opção. Sobretudo se forem pobres.
A situação da mãe na família
Franz Kafka, "Carta ao Pai", 1919